sábado, 9 de maio de 2009

Hospitalização de bebês interrompe amamentação exclusiva

Ana Paula Pontes e Thais Lazzeri


O aleitamento de bebês internados pode ser comprometido pela qualidade do atendimento hospitalar. A descoberta é de um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia.

Foram avaliadas 97 crianças menores de quatro anos, internadas na Unidade de Pequenos Lactentes do Centro Pediátrico Professor Hosannah de Oliveira da UFBA. Dentre os fatores que comprometeriam o aleitamento estão limitações físicas do hospital, falta de uma equipe especializada para orientar as mães e programas de incentivo ao aleitamento. Mais da metade das crianças no momento da internação fazia amamentação exclusiva. Quando hospitalizados, 35,4% desses mesmos bebês passaram a receber fórmulas lácteas.

Muitas mães que amamentam não encontram nos hospitais infra-estrutura para o recolhimento do leite ou profissionais preparados para orientá-las, uma vez que já se encontram fragilizadas por estarem com seus filhos internados. “Consta na legislação brasileira exigência para que as instituições tenham uma situação física que permita a amamentação. Falta uma coordenação administrativa de alguns hospitais para que se perceba o quanto o incentivo ao aleitamento materno é também um investimento, porque há um gasto com a compra de leites industrializados para a alimentação dessas crianças”, diz Celso Cukier, médico nutrólogo do Hospital São Luiz.

E a criança perde muito com a troca do leite materno pelo industrial, porque deixa de receber os nutrientes que favorecem seu sistema imunológico, e tem o funcionamento do intestino modificado por conta dessa alteração. “Além disso, o vínculo mãe e filho, que acontece principalmente no momento da amamentação, não deve ser quebrado, em especial durante a internação”, diz Celso.

A Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam aleitamento exclusivo até o sexto mês completo.

Fonte: FioCruz

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