quarta-feira, 6 de maio de 2009

Publicidade online ganha força na crise


Shutterstock

Uns ganham, outros perdem. A crise econômica internacional atingiu o setor de publicidade, prejudicando seus resultados. No entanto, um ramo dele promete, na verdade, sair ainda mais forte da turbulência: seu braço digital. Com vantagens sobre a mídia tradicional, a expectativa é que a publicidade online, responsável por 3,5% dos investimentos de propaganda no Brasil em 2008, alcance participação de 5% até o final do ano. 

No ano passado, os anúncios em mídia digital cresceram 40% no país. Para 2009, o mercado estima alta do setor entre 30% e 25%. Nada mal para um ano de recessão mundial. 

“A crise está acelerando o crescimento da publicidade online. Preço mais baixo e medição precisa do alcance dos anúncios fazem com ela ganhe destaque. Qualquer diretor de marketing num momento como este precisa saber responder quanto custa sua propaganda e qual é seu resultado. A internet permite isso”, afirma Gabriel Sáenz de Buruaga, co-CEO do grupo Havas Digital, um dos maiores grupos de publicidade do mundo.



O preço dos anúncios em mídia digital é um dos grandes atrativos. “O espaço é um dos grandes determinantes do custo de um anúncio. Como na internet ele é ilimitado, isso acaba reduzindo o valor da propaganda. Além disso, o custo para a produção das peças também é inferior ao da publicidade tradicional”, completa Buruaga. 

O espaço para o crescimento do ramo ainda é enorme no Brasil. Em países anglo saxões, a participação da publicidade online nos investimentos em propaganda pula para 30%, enquanto na Europa fica em 25%. 

“Países no mesmo estágio do Brasil demoraram cerca de dois anos para pular para um patamar de 8%. Com a crise, neste período, devemos alcançar entre 12% e 13%”, fala o co-CEO. 

Para este ano, as expectativas para ganhar mercado são promissoras. Enquanto se espera que o investimento em publicidade caia cerca de 8% no mundo, o ramo digital deve registrar crescimento de 10%. 

No Brasil, o mercado mostra-se ainda mais atrativo devido ao maior acesso à internet por parte das classes de menor poder aquisitivo. “A entrada das classes C, D e E no mundo virtual possibilita que a internet se torne uma mídia de massa, não de nicho”, fala André Zimmermann, diretor geral da Media Contacts, braço da Havas Digital no Brasil. 

América Latina 
Com a crise, os mercados emergentes ganharam ainda mais importância para o grupo Havas. A América Latina já representa 15% do faturamento do Havas Digital. “Essa é a região em que mais crescemos. E vai continuar assim, porque tomamos a decisão de nos focarmos nos mercados que mais crescem”, diz Buruaga. “Em quatro anos, a meta é estarmos entre os quatro maiores grupos de publicidade do Brasil”. 

Para alcançar o objetivo, a empresa tem feito aquisições, como a compra da agência Z+ em julho do ano passado. Os executivos também admitem estar estudando outras aquisições. “Estamos neste momento avaliando oportunidades concretas de agências que querem se aliar a nós”, diz Ricardo Reis, diretor geral do Brasil e América Latina do grupo Havas. 

Balanço 
Com faturamento de 1,57 bilhão de euros (R$ 4,5 bilhões), o Grupo Havas teve crescimento de 4,7% em 2008. A América Latina foi a região do grupo que mais contribuiu para o resultado, tendo, em média, aumento de 13,8% no faturamento. No Brasil, onde a holding está presente por meio das agências Z+, Media Contacts, Mobext e Euro RSCG, a companhia teve alta de 20%. O braço digital do grupo no país teve desempenho ainda melhor, registrando faturamento 77% superior ao de 2007. 

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